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[Resenha] O Hipnitista


Comprei O Hipnotista em uma viagem que fiz para o Rio de Janeiro em 2015. Lá, encontrei uma feira de liquidação de livro e, dentre tantos títulos, fui surpreendido primeiramente pela capa da obra que é, a meu ver, bem interessante. Ao ler a sinopse, cheguei à conclusão que valeria a pena levar o livro para casa. De lá para cá, alguns anos se passaram e, finalmente, consegui arrumar um tempinho para ler O Hipnotista, que estava esquecido em minha estante. A partir de agora divido com você a minha humilde opinião sobre essa história tão intrigante.


Publicado no Brasil em 2011 pela editora Intrínseca, O Hipnotista foi escrito por um casal sueco: Alexandra Coelho e Alexander Ahndoril, que optaram por publicar o livro com o pseudônimo Lars Kepler. Tudo indica que a obra teve um significativo sucesso, tanto que rendeu elogios de veículos de comunicações, como The Washington Post, The Independent, Los Angeles Times, Marie Claire e Eurocrime. Além disso, segundo informações da capa, o livro chegou a vender mais de um milhão de exemplares.



O Hipnotista, a meu ver, é uma história um pouco complicada de se resumir, pois existem muitas histórias paralelas, que alguns defendem terem relações entre si, algo que não ficou muito claro para mim. Mas, vou tentar trazer a essência da trama.


Bem, a história começa narrando o massacre de uma família em Estocolmo, tendo um único sobrevivente: o adolescente Josef de 15 anos. O detetive Joona Linna é encarregado de tentar desvendar o mistério por detrás dos assassinatos. Em investigações, o detetive descobre que ainda tem mais um membro da família que não foi assassinado, uma irmã de Josef. Linna começa a temer a vida de Evelyn, por isso decide interrogar o único sobrevivente, a fim de descobrir o assassino antes que ele volte a agir, visto que há grande possibilidade dele ir atrás do último membro da família vivo. Entretanto, o paciente encontra-se em coma e sem condições de dar um depoimento. É aí que surge a ideia de convidar um hipnotista para conseguir informações de Josef.


Erik Maria Bark, especialista em pacientes traumatizados, tem uma promessa de não realizar mais hipnose, devido a experiências negativas no passado, há dez anos. Apesar de uma primeira resistência, o médico acaba sendo convencido a hipnotizar Josef e isso traz não apenas revelações inimagináveis sobre o paciente, como também traz à tona aspectos negativos da carreira de Bark, fatos que se encontravam enterrados no passado. As coisas ficam ainda mais tensa quando o filho de Bark desaparece, depois de ser raptado por um desconhecido dentro da própria casa. A trama gira em torno do desaparecimento de Benjamin, portador de uma doença no sangue e dependentes de remédios específicos para a sua sobrevivência, e da história perturbadora revelada por Josef em hipnose. O livro começa com o enfoque voltado ao massacre, mas toma outro rumo com o desaparecimento do garoto, que passa a ser a principal linha de investigação. Aí fica as perguntas: Benjamin vai ser encontrado com vida? Existem relações entre os dois casos? Isso você só pode descobrir lendo, por isso vou parando por aqui.


Confesso que as minhas expectativas em relação ao livro eram grandes. Entretanto, a cada capítulo, eu ficava um pouco mais decepcionado com a história. Eu sinceramente não gostei do livro. Achei que a trama não foi muito bem planejada pelos autores, tanto que encontrei algumas falhas no enredo. A impressão que tenho é que a história tinha potencial, porém os autores foram se perdendo ao longo da narrativa, fazendo com que muitas coisas desnecessárias fossem colocadas na narrativa. No fim de tudo, a história não se encaixa muito bem, deixando até mesmo coisa sem explicação clara. Fiquei bem decepcionado, principalmente com o fim que me deixou confuso, sem reação e me perguntando: o que vinha a ser a história que havia acabado de ler? Fiquei durante um tempo em choque procurando sentido na história, mas os pontos de interrogação ainda continuam em minha cabeça, sobretudo agora em que coloco o meu ponto de vista nessa publicação.


Diferente dos livros que estou acostumado a ler, O Hipnotista é narrado, basicamente, em terceira pessoa sob a perspectiva de diferentes personagens. Digo basicamente, pois tem apenas em um momento no livro em que temos uma narrativa em primeira pessoa, que é quando um dos personagens começa a relembrar do seu passado. Acredito que o excesso de pontos de vista não contribuiu com a história, isso a deixou um pouco parada, sem contar que eu precisava ficar, toda a hora, tentando lembrar o que certo personagem tinha falado ou feito, em outros momentos da trama. Para piorar têm cenas que são desnecessárias, pois não acrescentam nada, só deixaram o livro mais longo e entediante. Só terminei o livro, pois sou persistente e gostaria de saber onde ia chegar a história.


Depois de terminar a leitura, fui procurar um pouco mais sobre a história e eis que descobri a existência de uma adaptação cinematográfica. A produção homônima foi dirigida por Lasse Hallström. Diante do fracasso do livro, resolvi dar uma chance ao filme. Não achei a produção cinematográfica incrível, mas reconheço que em alguns aspectos o filme conseguiu superar a história original. Tem similaridade entre a película e a obra impressa, mas existem algumas mudanças também, que foram bem pertinentes. Apesar disso, acho que a trama original não tinha muito potencial, fato que prejudicou um pouco a adaptação.


Bem, infelizmente a leitura não foi as das mais agradáveis. E faço as críticas com muito respeito. Li algumas resenhas elogiosas sobre o livro, mas não fiquei convencido. Se alguém leu o livro e tem um ponto de vista diferente do meu, por favor, deixe nos cometários: eu adoraria saber o que acharam. Para aqueles que ainda não leram, não se deixem influenciar pelas minhas críticas negativas e pegue a obra para ler. Pode ser que agrade você, afinal, somos todos diferentes. E se ler e gostar, volte aqui para contar a sua experiência.


E pela primeira vez aqui no blog temos:


Nota 1 – BROCHANTE


Informações adicionais

Autor: Lars Kepler

Tradução: Alexandre Martins

Editora: Intrínseca

Ano: 2011

Páginas: 480

Assunto: Ficção sueca e de mistério

Tipo de capa: Brochura

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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