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[Resenha] O Homem que Caiu na Terra


Quando vi O Homem que Caiu na Terra pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foi a imagem do David Bowie, um dos ídolos de uma grande amiga minha que, inclusive, sentiu muito a morte do artista no começo do ano. Nesse primeiro contato, eu já sabia um pouco da carreira de Bowie e, quando o vi na obra, fui logo ver qual era a relação dele com o livro. Descobrir que o artista havia sido o protagonista da história em uma adaptação cinematográfica de 1976, dirigida por Nicolas Raeg. Lendo o enredo, interessei-me pelo livro e resolvi comprá-lo.



Escrito por Walter Tevis, O Homem que Caiu na Terra foi reeditado e publicado pela editora DarkSide Books este ano. A obra trabalha, basicamente, com dois assuntos que chamam a atenção de muitas pessoas: ficção científica e vida extraterrestre. Os dois assuntos são muito bem explorado na trama, tanto que a história gira, basicamente, em torno deles.


O livro narra a história de Thomas Jerome Newton, um extraterrestre de Anthea que vem para a terra para cumprir uma missão ultrassecreta. Apesar de ter algumas características semelhantes aos seres humanos, Newton é, essencialmente, muito diferente dos terráqueos. Com o objetivo de se infiltrar entre os humanos e cumprir a sua missão, o antheano precisa passar por uma transformação que vão, desde a utilização de lentes especiais, até a implantação de pelos, de mamas e de unhas, que os antheanos não possuíam. Outra característica muito marcante de Newton é a sua extrema sensibilidade quanto à luminosidade, ao barulho e à agitação.


Mesmo com as adaptações, Newton ainda continua tendo uma aparência muito estranha, o que acarreta, ao longo da história, muitas desconfianças. Entretanto, não só as características físicas diferenciava o antheano dos seres humanos. Newton, assim como os seu povo, tinha uma inteligência, completamente, superior ao dos terráqueos. Usando a inteligência e a observação aguçada, Newton se aproxima de algumas pessoas, as quais desenvolve certa confiança para dar prosseguimento a sua missão, que só é desvenda sorrateiramente ao longo da narrativa.


O Homem que Caiu na Terra é uma narrativa com poucas ações e quase nenhum suspense. Entretanto, isso não desqualifica o livro ou o deixa maçante, pelo contrário, ele chama muita a atenção, pois é carregado de situações que suscita reflexões. Reflexões sobre a vida, o mundo e o próprio caráter da humanidade. Grande parte das reflexões, muitas delas pessimistas, a meu ver, tem uma influência significativa do contexto em que o livro foi escrito, o da Guerra Fria.


Uma das coisas que achei mais fascinante neste livro foi a abertura que ele nos proporciona para refletir sobre a humanidade. As dificuldades de Newton, bem como os obstáculos os quais o antheano acaba passando, revela muito dos aspectos negativos dos seres humanos. O que, nos convida para refletir sobre a humanidade e sobre nós mesmos que também fazemos parte dela. Ao poucos Newton, percebe que viver na Terra não é tão agradável quanto imaginava.



A linguagem do livro é encantadora. Um livro muito bem escrito. Com personagens muito interessantes e com personalidades profundas. Como não poderia deixar de ser, além da belíssima história, ainda apresenta uma “embalagem” incrível. A editora caprichou na edição, com aspectos psicodélicos, mesclando três cores: branco, laranja (referência ao cabelo de Bowie) e preto, em uma lindíssima edição em capa dura.


Bem, apesar de todos os aspectos positivos, ao fim, cheguei à conclusão que o livro não ganharia a nota máxima do blog. Não tenho muitas explicações para isso. Talvez, o motivo seja o fato do livro tratar de um tema que não me chama muito a atenção. Por fim, recomento o livro a todas as pessoas, principalmente aqueles que gostam de ficção científica. Tenho certeza que assim como eu, você também vai ser encantar por essa história que, apesar de apresentar muitos aspectos tristes e negativos, é uma narrativa incrível.



Nota 4: INTERESSANTE




Informações adicionais*

Autor: Walter Tevis

Tradução: Taissa Reis

Editora: DarkSide Books

Ano: 2016

Páginas: 224

Assunto: Literatura Estrangeira - Ficção científica

Tipo de capa: Capa Dura

*Detalhes referente à minha edição

 

Esta resenha participa da Dark Season. Para saber mais detalhes e

concorrer a um livro da editora DarkSide Books clique aqui.

 

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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