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Confuso e complexo assim como o universo


Se a reflexão fosse uma entidade humana, eu seria a primeira pessoa interessada em conhecê-la. Tenho certeza que seriamos grandes amigos. Que ficaríamos durante muito tempo juntos. Teríamos momentos de discussões mais ásperas, mas também aqueles instantes de divertimento. Atesto nossa possível afinidade, pois estou o tempo todo refletindo. O engraçado é que reflito com tanta frequência que isso já se tornou uma hábito natural. Reflito sobre tudo. Qualquer coisinha pode ser motivo para horas de divagações. Entretanto, dentre todos os temas de reflexão, um encontra sempre um jeitinho de entrar em meus pensamentos: a complexidade do mundo.


Eu penso muito em nossa estrutura social. Penso no motivo de nossa existência. Penso o porquê de tudo. Eu acredito que essas reflexões são onipresentes, pois esses assuntos tem um fato em comum: a inexplicabilidade. Ou seja, não há explicação para a humanidade, existem hipóteses, que, como o próprio termo supõe, não são coisas comprováveis. Neste campo confuso e complicado, estou eu sempre buscado solução ao inexplicável.


Nos meus momentos de reflexão, eu muitas vezes crio teorias estranhas. Eu já cheguei a criar hipóteses extremamente absurdas. Não sei você, mas já cheguei a pensar que somos parte de um sistema operacional de outros seres. Se já jogou The Sims ou Second Life, deve estar imaginando o que quero dizer. Já parou para pensar que assim como nós temos a possibilidade de criar vidas virtuais por meio de game, poderíamos ser também parte de um jogo de outros seres? Complexo, né?


Se ainda não pensou na teoria maluca de fazer parte de um jogo, com certeza já deve ter parado para refletir sobre o fim de sua vida. Já tive instantes de muitas aflições sobre a morte. Como não é segredo para ninguém, não sabemos o nosso caminho após a morte. Hoje já estou mais acostumado com o fato, mas já tive várias piras com a morte. Uma vez quase dei uma pane em meu cérebro, pensando no que vai acontecer no dia em que eu fechar os olhos e nunca mais acorda. O corpo fica. Mas, qual o destino da alma?


Uma vez eu tive um sonho bem macabro. Sonhei que estava em casa. Via as pessoas tristes. Algumas entravam e saiam de uma sala. Muitos familiares pensativos. Eu sentia no ar uma aura de luto. Fiquei bem confuso de ser o único a não saber o que estava acontecendo. Com muitos pontos de interrogações na cabeça, fui a busca de explicação para aquele comportamento incomum. Mais uma vez, fui surpreendido. As pessoas não me davam atenção. Eu falava, acenava e nada. Parecia estar invisível. A fim de ter uma explicação, segui algumas pessoas até uma sala estranha. Não estava errado, cheguei a um velório. O túmulo estava em minha frente e o corpo que descansava tinha a minha aparência. Conclui: era eu.


Depois desse sonho, imaginem o quanto dei asas a minha imaginação. Fiquei dias pensando: será que quando morremos deixamos o nosso corpo e temos possibilidade de ainda ver aquelas pessoas que estão ao nosso redor sem que elas nos veja? Até onde o meu sonho seria verdade? Até que ponto aquilo não seria apenas uma coisa louca da minha imaginação? Não tenho explicação, mas que é estranho, não há dúvida.


Penso que mundo é complexo demais para conseguirmos explicá-lo. Entretanto, eu acredito que dentro de toda essa complexidade exista uma ordem. Para ser mais claro, uma explicações. Provavelmente, não vamos encontrar essas explicações aqui, nesse mundo. Espero um dia ter a solução para tantas perguntas malucas. E, assim, ter as explicações para tantas coisas sem noção. Até que a morte não venha me fazer uma visita, continuo criando teorias exorbitantes e vivendo a vida da melhor maneira possível.


Texto maluca, não é? Coloquei no papel aqueles pensamentos que se depositavam em minha mente no momento da escrita. Agora, gostaria de saber um pouco das suas divagações ou teorias sobre a humanidade. Diga-me: o que você pensa da complexidade do mundo?

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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