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[Resenha] O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares


Se você fosse um colecionador de fotografias antigas e diferenciadas, o que faria com elas? Ranson Riggs, além de guardar é colecionar imagens, resolveu dar outra utilidade a mais a elas. Diante da sua coleção de fotografia e incapacitado de desvendar as histórias por detrás delas, o escritor americano teve uma ideia incrível: resolveu criar a sua própria história, juntando todas as fotografias em uma única narrativa; e assim, nasceu uma série de livro que começa com O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.


O personagem central da obra é Jacob, garoto que se sente deslocado do mundo em que vive, apresentando dificuldades múltiplas, como obter elos de amizade. Além dos pais, Jacob cresce sob os cuidados do avô Abraham Portman, que, além de sofreu perseguições dos nazistas por ser judeu no século XX, lutou na Segunda Guerra Mundial. Nos tempos de confraternização, Portman dividia com o neto as suas histórias antigas. Entre elas, a história de um orfanato onde o avô frequentou na infância quando estivera foragido, local descrito como alegre e encantador, porém com um diferencial: ser habitado por crianças peculiares.


As histórias fantasiosas de Portman era uma grande icônica para Jacob. Acreditar em histórias tão absurdas mostrava-se praticamente impossível, mas o avô sempre afirmava a sua veracidade, tanto que, para tentar confirmar as suas histórias de monstros e crianças com habilidades especiais, Portman compartilhava com o neto algumas fotografias tiradas nos tempos do tal abrigo de crianças. Apesar das tentativas, até mesmo as imagens eram recebidas com certa desconfiança pelo garoto. Entretanto, tudo começa a fazer mais sentido quando o avô de Jacob morre inesperadamente, nos arredores de sua casa, vítima do que acreditam ser um animal selvagem.


Após ouvir as últimas palavras do avô, Jacob aos poucos vai descobrindo coisas que jamais imaginava ver e conhecer, além de aos poucos ser introduzido em uma grande aventura. A principal pergunta que fica é: será que as histórias de Portman faziam parte da realidade ou tudo não passava de ficção? Isso você pode descobrir lendo o primeiro livro da série O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Pelo que pude perceber, essa primeiro obra da série é uma apresentação ao leitor sobre um universo que poderá ser melhor explorado nos próximos livros.


A minha relação com o livro poder ser apresentada em fases. Em um primeiro momento, achei bem interessante a narrativa. A intercalação entre contextualização das histórias e fotografias me agradou bastante. Entretanto, a empolgação esvaiu-se a partir da morte do avô de Jacob. Desse momento em diante, o meu desânimo se fez presente devido à lentidão que a narrativa adquiriu. São paginas e mais páginas de enrolação para que Jacob conheça toda a realidade a qual ele faz parte. Minha animação volta a adquirir energia no fim do livro quando os primeiros conflitos começam a aparecer na história. É uma pena que isso ficou reservado apenas aos últimos capítulos do livro.



"Tenso, emocionante e maravilhosamente estranho (...) As fotografias e o texto se combinam de forma brilhante, criando uma história inesquecível" Assim, o escritor John Green definiu o livro.



O livro é narrado em primeira pessoa sob o ponto de vista de Jacob. A linguagem da obra é bem simples e de leitura fluente. Uma coisa que me incomodou um pouco foi a lerdeza do personagem. Em muitos momentos, eu descobri alguns fatos e circunstâncias que o personagem só se deu conta mais tarde na narrativa. Apesar disso, não posso negar que fiquei envolvido com os personagens e, em alguns momentos, com a história.


O livro foi lançado pela editora Intrínseca este ano, no Brasil. Tive acesso à edição em capa dura e achei interessante. Adorei os detalhes tanto da capa quanto dos outros ao longo do livro. No geral, fiquei admirado com o trabalho de diagramação.


Por fim, posso dizer que achei a história interessante, mas, como já deu para perceber, não foi uma obra que me encantou do começo ao fim. Na verdade, grande parte da história me desagradou devido à demora em apresentar os fatos. A meu ver, não seria preciso enrolar tanto para apresentar o universo do livro aos leitores. Apesar disso, recomento o livro a todos que gostam de um livro de fantasia e, lógico, de conhecer novos universos.


Nota 3: LEGAL




Informações adicionais

Autora: Ransom Riggs

Tradução: Ângelo Lessa

Editora: Intrínseca

Ano: 2016

Páginas: 352

Assunto: Ficção Americana

Tipo de capa: Capa dura

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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