[Resenha] S. - O Navio de Teseu

Meu primeiro contato com S., de J.J. Abrams e Doug Dorst, foi no ano passado, em São Paulo. Eu estava com um amiga em um shopping na capital e decidimos entrar em uma livraria para passar o tempo. Entre uma prateleira e outra, eis que me deparo com a obra. Na época, fiquei encantado com a produção gráfica do livro e, principalmente, com a criatividade dos produtores. Foi uma grande surpresa quando vi que a primeira indicação do concurso era esse livro. Nesse momento, vi que era a hora de dar uma chance de conhecer a obra mais de perto.

S. foi publicado pela editora Intrínseca no ano de 2015. O livro é uma parceria entre o cineasta J. J. Abrams, responsável por filmes como Star Trek, Super 8, Missão impossível e Star Wars: O Despertar da Força, e o premiado romancista Doug Dorst. Nas divisões das tarefas, Abrams ficou encarregado da produção do projeto da obra e Dorst ficou com a função de escrever a história.

Eu poderia fazer um breve comentário sobre a história, mas, para não me perder na hora de explicar, vou me recorrer à sinopse que, a meu ver, consegue de uma forma clara e sucinta resumir do que se trata S. Assim é definido:

Um livro. Dois leitores. Um mundo de mistério, ameaça e desejo. Uma jovem encontra um livro abandonado por um estranho. As margens repletas de anotações revelam um leitor inebriado pela história e pelo autor da obra. A garota responde com as suas próprias anotações e deixar o livro para o estranho, e assim começa um inesperado diálogo que faz os dois mergulharem no desconhecido.

O LIVRO: O Navio de Teseu é o último romance de um prolífico porém obscuro escritor chamado V. M. Straka, no qual um homem de passado desconhecido é sequestrado e levado para um navio esquisito com uma tripulação apavorante, e então embarca em uma jornada perigosa e perturbadora. O AUTOR: Straka, um homem enigmático que desperta discussões acaloradas, um dos grandes mistérios do mundo, um revolucionário sobre quem ninguém conhece nada além de suas palavras escritas e dos boatos que o cercam. OS LEITORES: Jennifer e Eric, um formando na faculdade e uma desacreditada aluna de graduação, ambos enfrentados decisões cruciais sobre quem são, quem talvez venham a se tornar e quanto estão propensos a confiar a outra pessoa suas paixões, mágoas e medos.

Bem, quando temos acesso ao livro estamos diante de um grande S., mas, ao retirar o livro de dentro da caixa, somos levados a conhecer O Navio de Teseu, escrito na história por V.M. Straka, autor desconhecido e misterioso. Ao longo das páginas do livro de Straka, tem anotações feitas por duas pessoas, como apresentado na sinopse Jennifer e Eric, que se propõe a trocar informações e observações sobre a obra e a vida.

Apesar das duas histórias que encontramos ao longo da leitura, a produção gráfica do jornal é uma beleza a parte. Aos amantes da literatura, é uma experiência completamente mágica. Além da folhas amarela (fazendo alusão a um livro antigo), S. apresenta anotações feitas pelos personagens na lateral do livro. Anotações feitas de diferentes cores e com letras e aspectos que simulam perfeitamente uma escrita. Não bastasse isso, encontramos ao longo do livro, cartas, cartões postais, fotografias, acrescentados ao longo da narrativa e que ajudam a explicar a história.

É difícil resumir em palavras a produção gráfica dessa obra. Só tendo acesso a um exemplar para conseguir ter uma noção clara do que estou descrevendo. Graficamente, o livro é incrível, sensacional e criativo. Para ter um pouquinho de ideia do que estou falando, dê uma olhada no vídeo de apresentação do livro abaixo:

Além de uma obra incrível no quesito gráfico, S. não deixa a desejar quando a escrita. É um livro muito bem escrito. Apesar de densa, eu achei bem interessante a narrativa. A meu ver não é uma obra que você consegue absorver todos os detalhes em uma única leitura. Eu, particularmente, quero muito lê-lo novamente para conseguir desfrutar melhor da obra. O livro tem quase quinhentas páginas e devido a isso e às anotações, ele exige tempo do leitor. Não é um obra simples e fácil de ler, mas é gratificante.

S. é um livro incrível que vale a pena conhecer e, lógico, ter na estante para dar aquele brilho. Indico a todos aqueles que gostam de uma boa literatura, com qualidade não só gráfica, mas também linguística. Sem sombra de dúvida é um produção que não tem como dar uma nota máxima. Apesar de todo o encantamento com a obra, e de ela preencher grande parte dos requisitos do concurso, acho que faltou alguma coisa que mexesse comigo com mais intensidade para ser o grande vencedor, coisa que Dias Perfeitos fez com maestria.

Bem, aqui eu encerro as resenhas referentes ao concurso e a parti da semana que vez, retomo as minhas considerações dos livros que estou lendo. Mais uma vez, obrigado por todos que participaram do concurso, espero que as resenhas sirvam de inspirações para novas leituras ao leitores e conto com vocês em novas aventuras e concursos. Abraço!