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[Resenha] O Demonologista


Eu sou aquele leitor apaixonado por livro de terror e de suspense, mas tenho muita dificuldade de me envolver com a história quando a literatura envolve espíritos, fantasmas ou demônios. O que a primeira vista pode parecer falta de oferecer oportunidade, não se resume ao meu caso, pois já tive várias experiências e, no fim, quase todas foram decepcionantes. Introduzo essa resenha assim, porque venho tratar de um livro do gênero, O Demonologista. Conheci a obra escrita por Andrew Pyper, por ter acesso aos lançamentos da DarkSide Books, editora que publicou o livro no Brasil. A principio não tive qualquer tipo de interesse pelo livro. Entretanto, tive oportunidade de ler uma resenha muito elogiosa, que despertou a minha a atenção e me animou para conhecê-lo. Quer saber no que deu? Continue acompanhando as minhas considerações.


Em O Demonologista, conhecemos logo de cara David Ullman, um professor universitário, descrente e especialista no poema Paraíso Perdido, texto em que John Milton relata os motivos e os fatores que levaram a expulsão de Adão e Eva do paraíso. Certo dia, o docente é surpreendido por uma mulher, relatada por ele como magricela. Ela vem ao seu encontro para lhe fazer uma proposta. Em troca de uma fortuna, o convidou a viajar para a Veneza para fazer a um serviço misterioso, que seria revelado só na Itália. Ullman fica com um pé atrás, mas devido a alguns problemas no casamento, resolve agarrar a oportunidade e leva a sua filha nessa viagem misteriosa.


A viagem inesperada ao invés de ajudar acabou trazendo mais dor de cabeça para o professor. Primeiro porque David teve uma experiência bem estranha no local em que foi convidado a visitar. E segundo por que, o professor ainda vive um dos piores pesadelos da sua vida: o desaparecimento de Tess, sua filha amada. A trama, rodeada por acontecimentos sobrenaturais, desenvolve-se basicamente em torno da procura desesperada de David para conseguir encontrar a sua filha, que muitas dão como morta, mas que ele acredita fervorosamente no contrário: que ela está viva em algum lugar aprisionada por um Demônio. A grande questão do livro é: Ullman conseguirá encontrar a sua filha? Essa resposta você só terá lendo a obra. (Assista também o booktrailer embaixo)


Categorizado como terror, O Demonologista não é um livro assustar. Tem algumas cenas sobrenaturais, mas nada que cause pavor ao leitor. A meu ver, a obra se resume em uma história de relação entre pai e filha, em que um pai desesperado move todos os seus esforços para encontrar seu bem mais precioso. Isso é tão preponderante na narrativa que boa parte das trezentas e poucas páginas são reservadas a essa busca desgastante e sofrida.


O livro é narrado em primeira pessoa sob o ponto de vista do David. Acredito que a narração escolhida fez muita diferença na história, pois temos a oportunidade conhecer a fundo a personalidade do professor e, principalmente, entender a fundo o desespero que o personagem passa em busca da filha. A meu ver, a escrita da obra é impecável, atraente e a melhor característica dela. Eu tenho um pouco de dificuldade de encontrar livros bons com narração em primeira pessoa. Nesse aspecto, O Demonologista me surpreendeu, por apresentar uma escrita interessantíssima, que acredito que poucos irão questionar.


Apesar de encontrar características interessantes em O Demonologista, sou obrigado a voltar a introdução dessa resenha. As expectativas eram grandes e as melhores quando comecei a ler o livro. Comecei me envolvendo com a história, mas isso não durou muito tempo. Na metade, já estava perdendo o interesse e quando foi chegando ao fim quase abandonei. Terminei e comprovei mais uma vez a minha falta de preparação para ler livros que envolvem seres sobrenaturais, como demônios. O fim que, a princípio, me deixou um pouco confuso, me decepcionou bastante. Eu tive a oportunidade de ler várias resenhas sobre o livro, a maioria delas muito elogiosas. Entretanto, para mim, a obra não funcionou.


Para aqueles que gostam de um livro estilizado, O Demonologista não deixa a desejar. Achei muito bonito os detalhes da obra. A diagramação, a tradução e a revisão estão impecáveis. Mas uma vez, a editora responsável fez um ótimo trabalho.


Por fim, não vou negar que fiquei decepcionado com o livro, apesar disso, por conhecer os méritos da obra, recomendo a todos que gostam do gênero e convido àqueles que gostaram do livro a deixar a sua opinião nos comentários. Gostaria muito de saber a opinião de vocês. Para os que ainda não leram, fica o convite.

Nota 2: MEDIANO

Informações adicionais

Autor: Andrew Pyper

Tradutor: Cláudia Guimarães

Editora: DarkSide Books

Ano: 2015

Páginas: 320

Assunto: Literatura Estrangeira

Tipo de capa: Capa dura

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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