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A escolha é toda sua


Destino ou escolha? Esta pergunta sempre esteve presente entre as minhas indagações. Houve momentos em que cheguei a acreditar que a humanidade fosse movida pelo destino. Entretanto, aos poucos fui percebendo que ficar sentado esperando as coisas acontecerem não era uma boa ideia. Provavelmente não sairia do lugar e, pior ainda, não teria conquistado metade das coisas que tenho atualmente. Assim, caiu por terra a minha crença fiel apenas no destino.


Quando cheguei à conclusão de que as minhas conquistas têm relação direta com o meu esforço, adquiri uma segunda teoria. Não abandonei definitivamente o destino, mas a ele acrescentei a escolha. Desse momento em diante, passei a acreditar que tudo na vida dependia diretamente das nossas escolhas. Apesar disso, no fim, o destino se encarregaria de dar sentido a tudo, a escolha serviria apenas como fonte de mobilização da humanidade.


O tempo foi passando, e fui percebendo que a segunda teoria não tinha muito fundamento. De certa forma até parecia contraditória, além de continuar indicando o destino como protagonista da história. Foi aí que desenvolvi uma nova teoria, que é justamente a que acredito ultimamente. Nesse novo cenário, o destino saiu de cena para ceder espaço à escolha. Isso mesmo, hoje o destino tornou-se apenas coadjuvante, uma carta fora do baralho, quando penso nas situações e nas conquistas da vida.


A vida é feita de escolhas. Todos os seres humanos precisam fazer escolhas. Escolhas diárias que determinam a nosso dia-a-dia e, no fim, constibuirá o nosso futuro. O fato de eu ser jornalista, atualmente estudante de mestrado, não é uma ação do destino. Tudo tem relação direta nas minhas escolhas. Eu tive oportunidade e até pensei em investir em outras profissões. Se tivesse escolhido outra, hoje poderia ser médico, dentista, veterinário, arquiteto, engenheiro. No entanto, escolhi o jornalismo e aqui estou.


Além de descobri a ação das escolhas e a inoperância do destino, aprendi também que toda escolha é acompanhada de uma perda. Isso ficou ainda mais claro para mim, esta semana quando estava preenchendo um currículo de emprego. Estava tudo indo bem até chegar em experiência profissional. Não tenho. Passei quatro anos na faculdade e não fiz um estágio, ou seja, sem experiência, algo tão preponderante em qualquer empresa de jornalismo. Entretanto, a minha inexperiência tem uma explicação: a minha escolha.


Desde o segundo ano da faculdade, comecei a minha carreira como pesquisador. Entrei na Iniciação Cientifica e, em pouco tempo, consegui uma bolsa de estudo. Daí, passei a me dedicar a minha pesquisa. Depois da frustração de não ter experiência profissional para incrementar o meu currículo, abri o meu Currículo Lattes, aí fiquei orgulhoso por me deparar com uma lista extensa de artigos científicos publicados, apresentações de trabalho, prêmios e o título de mestrando. Aqui tive consciência de que toda escolha reserva uma perda.


A minha falta de experiência profissional está intimamente relacionada à minha dedicação a carreira acadêmica. Ao escolher a academia, eu perdi a chance de aprimorar as minhas experiências como jornalista, mas, em contrapartida, ao escolher a pesquisa, eu adquiri uma experiência acadêmica relevante, que me deixou preparado para entrar direto no mestrado assim que terminei a graduação. Com certeza, se tivesse escolhido fazer estágio, hoje o meu currículo profissional seria mais recheado do que o do Lattes. Digo isso, para reforçar a minha afirmação: toda a escolha vem carregada de perdas.


Enfim, a vida exige de nós sabedoria. Sabedoria para saber que somos responsáveis por nossas vidas. Sabedoria para perceber que não existe futuro se não houver escolhas e esforços. Sabedoria a ponto de termos consciência que toda escolha pressupõem uma perda, mas que a escolha também reserva bons frutos. Sabedoria para reconhecer os frutos colhidos. Sabedoria para seguir em frente, sem ficar lamentando o que foi perdido. Que as perdas sirvam para o crescimento e não para as lamentações.


Lembre-se tudo depende das suas escolhas.


É isso, espero que tenham gostado do post.


Se ainda não viu a publicação de ontem, só clique aqui. E não se esqueça de deixar o nome e o e-mail nos comentários para concorrer ao livro que será sorteado na semana que vem.

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

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Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

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