top of page

[Resenha] Número 44


A distopia é gênero literário que aguça a minha curiosidade. Acho uma experiência incrível conhecer novas realidades, criações, lugares e experiências. Essas narrativas são capazes de nos desconcertar em alguns momentos, de nos deixar mais reflexivos, mas, apesar disso, nos dão a oportunidade de questionar e pensar nossa vida e o próprio mundo, possibilitando conhecer mais sobre nós mesmos, nossas ações e nossas vidas. Sim, a ficção tem a capacidade de nos modificar, de nos transformar como seres humanos. É com essa introdução que venho compartilhar com vocês a minha última leitura: Número 44.





"Numero 44 foi lançado recentemente por meio da editora Rouxinol. A autora do livro é Julia Giarola Andrade, parceira aqui do blog. Natural de Formiga (MG), ela nasceu em 1998 e concluiu o ensino médio em 2015. A paixão pela escrita começou cedo, tanto que aos 13 anos desenvolveu seus primeiros poemas. Já participou de duas antologias nacionais, mas Número 44 é o primeiro romance publicado".


Como já nos é apresentado no título, a obra nos apresenta a história de Número 44, protagonista da trama. Narrado em primeira pessoa, o que conhecemos no livro são os relatos de uma experiência vivida pelo protagonista. A narrativa já começa no processo de experimentação vivenciada pelo personagem, o que nos deixa curiosos para conhecer mais sobre a história.


O personagem recebe a denominação de Número 44 a partir do momento em que se coloca a disposição para participar de uma experiência voluntária proposta por uma Instituição. Após assinar as páginas de um contrato sem ao menos lê-las, o protagonista vai conhecendo aos poucos a conhecer sua nova realidade e, a partir daí, passa a alimentar a esperança de conseguir passar em um teste submetido aos voluntários – tida como a única forma de alcançar a liberdade novamente.


Algumas questões me intrigaram ao longo da narrativa, como a curiosidade de saber mais detalhes sobre o experimento e, principalmente, a curiosidade de saber se o personagem conseguiria se ver livre da Instituição. Bem, as resposta para ela você descobrirá se der a oportunidade de conhecer essa história intrigante, interessante, atraente, hipnotizante e outra “ntes” positivos que vocês conhecerem.


O livro é muito bem escrito, com uma narrativa que captura a atenção do leitor logo nas primeiras frases. A narrativa em primeira pessoa consegue nos envolver o que é um ponto muito positivo da obra, pois esse tipo de narrativa é uma das mais difícil de ser trabalhada, mas Julia conseguiu me surpreender, tanto que me vi incapaz de deixar a obra de lado por causa de alguns compromissos – até dentro do ônibus, em pé, não perdi a oportunidade de ler algumas páginas.


O livro carrega uma carga forte de negatividade, tristeza, dor, sentimentos que vamos sentindo e vivenciando junto com o personagem principal. Adoro esse tipo de narrativa mais pessimista e ela fica ainda mais interessante, quando conseguimos sentir essa atmosfera pesada. Talvez essa tenha sido uma das caraterísticas que mais chamaram a minha atenção. Mas tem outras, como as repetições de situações e textos que reforçam ainda mais a agonia e o desespero de Numero 44 e de nós leitores também.


Não bastasse tudo isso, o livro traz também muitas questões interessantes que nos dão a oportunidade de refletir sobre a vida, reflexões como a inutilidade de sofrer por antecedência, o erro de se acostumar com as coisas, sobretudo com aquelas que só nos fazem mal, mas temos dificuldades de nos desapegar. Além disso, ao longo das experiência de Número 44, vamos conhecendo peculiaridade do próprio ser humano, como a obsessão, o egoísmo e outras vulnerabilidades da humanidade.


"André é o tipo de pessoa que não exige muito da vida e, em troca, ele tem sossego. Não deixa sua ansiedade ditar suas escolhas, puramente instintivas, e, assim como um animal, ele não sofre por antecedência" (p. 135).

Não que tenha relação direta, mas, ao longo da leitura, veio-me na cabeça algumas produções que já tive a oportunidade de conhecer, como o filme O Show de Truman, dirigido por Peter Weir, inclusive referenciado no livro; a série Black Mirror e o livro Todo dia, de David Levithan, que inclusive preciso fazer uma resenha aqui no blog, pois foi um dos livros que gostei bastante. Ficam as dicas também, mas primeiro não deixa de conhecer Número 44


Gostaria de trazer mais detalhes sobre Número 44, mas acredito ser impossível descrever todas as qualidades do livro e, principalmente, conseguir resumir em uma resenha a complexidade de uma obra tão bem escrita. Por isso, resta convidá-los a conhecer mais de perto essa história incrível.


Se tive alguma coisa para lamentar? Sim, tive. O tamanho do livro, pois é bem curto. Acho que nunca fiquei tão triste de chegar ao fim de uma história tão interessante e instigante. Isso é tão verdade que já quero reler. Corre para adquiri o seu. E já adianto, Número 44 tem o selo de qualidade do MeUniverso.


Nota 4: INTERESSANTE

Informações adicionais

Autor: Julia Giarola Andrade

Editora: Rouxinol

Ano: 2017

Páginas: 156

Assunto: Ficção brasileira/Distopia

Tipo de capa: Brochura

Depois de conhecer mais sobre o livro, difícil dizer que não se interessou pela história. Então, não deixe para depois já entre no site para pedir o seu exemplar. Para fazer a compra, é só clicar aqui, que você será direcionado para o site de venda.







Deixo aqui também o link da página de Skoob do livro, já aproveita para inserir o livro como próxima leitura e já o coloque como meta do ano também. Para conhecer a página, clique aqui ou na imagem ao lado.

Sou jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmento, faço mestrado de Comunicação na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).

Sobre mim

Marcadores

Nenhum tag.

Trecho de livro

Tudo muda, penso. Esta é a única constante. Todos crescemos (trecho de O último adeus)

bottom of page